Passeio

O vento frio canta nos ouvidos,

Já não tocam mais o chão

Seus pés despidos.

Paira no vazio da noite

Por becos infindos,

Onde o cântico do vento,

Em sua mente zumbido,

Se tornou sussurros

Que não são compreendidos.

As mãos gélidas mostram

O que os olhos tentam olvidar,

No peito já não cabe o músculo

Que palpita a sufocar.

Rajadas de sangue frígido

O atravessam como facas,

Rasgando a carne como garras

Na pele a se fincar.

Ingrid Takiná
Enviado por Ingrid Takiná em 21/02/2013
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