Passeio
O vento frio canta nos ouvidos,
Já não tocam mais o chão
Seus pés despidos.
Paira no vazio da noite
Por becos infindos,
Onde o cântico do vento,
Em sua mente zumbido,
Se tornou sussurros
Que não são compreendidos.
As mãos gélidas mostram
O que os olhos tentam olvidar,
No peito já não cabe o músculo
Que palpita a sufocar.
Rajadas de sangue frígido
O atravessam como facas,
Rasgando a carne como garras
Na pele a se fincar.