PARA QUEM ESCREVO?
Para quem escrevo
Tais rotas linhas?
Não são para mim,
Desprovido da crença,
Do amor, da esperança...
Não são para os mortos,
Suas lápides, suas velas,
Seus fantasmagóricos lutos
Suas lágrimas,
Seus nomes petrificados,
Em mármores frios da eternidade.
São para os amantes,
Envoltos uns nos outros
Com seus braços,
Abraçados em suas amarras
Magoas do tempo.
Por que me sinto assim?
Oh, sinto que posso sobreviver,
Mais um dia...
Cinge-me entre os ossos
D’uma energia
Colossal, soberana,
Oh, a mesma que incendeiam as estrelas!