Insônia

É a porta que abre na mais escura solidão

É a invasão dos seres noturnos

Na busca do ser esquecido

É o pássaro que canta sem ter voz

É o albatroz, que rasga o peito

Nas alucinações de Belchior

Nas contradições da lógica

É a roupa velha, reformada

A própria morte pedindo entrada

É o sol querendo dormir

O aceno escondido querendo gritar

O olhar traidor buscando o voltar

É o não esquecer querendo ser escondido

O vivido, o amado, já morrido

É a vela que queima quanto o sol nordestino

Um tino, atino vivendo nos adeuses das mãos.

Inconstantemente ir.

É o algo querendo dormir

Inconscientemente, pedindo perdão.

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 15/02/2013
Reeditado em 15/02/2013
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