PERENE

O que sinto ainda é perene

O teu corpo indizível

E suas atitudes marmóreas

Não serei pejorativo com você

Antagonismo não trata-se com sordidez

Todavia sempre soube que éramos perfunctórios

Ainda assim acreditei em nossos ápices

Acreditei mais ainda em minhas químeras

Esquecendo de sua desdenhosidade

Eu era etéreo demais pra você

Esquecendo-me que ser faceto é démodé

Meu jeito eloquênte não faz parte de você

Não irei lhe execrar

Talvez eu seja um alienado acreditando em tudo que vivi

Estes são nossos gumes

O meu lirismo por você é muito grande

A sua epígrafe ' tão louca e tão incrível '

Me trará a superficie por muito tempo

Quando sentir que estou fenecendo

Lembrarei dos guetos para fortificar-me

Talvez este momento não passe de uma parvoíce

Mas isto não é um sonho

O meu corpo senti

O meu corpo tremi

Quero espraiar-me em você

Afigurar o nosso apogeu

Desejo tanto que nada disto seja efêmero

Eu não preciso de teoremas

E quem sabe um dia

Você diga epítetos a mim

Ao ver suas marcas do tempo no espelho . . .