Inumano

Despojado de sentimentos

Um humanoide tolo, vazio

Necessitado de acalentos

O verão para mim é frio

Um ser com plena ciência

De sua boba surrealidade

Deleitando-se nesta demência

Misto de dores e saudade

Este algo que sou é somente

Um vulto daquilo que antes fui

Pois havia em mim a nascente

De um rio que não mais flui

Não existe maior pesadelo

Do que ver o próprio fim

Arrancar meu coração e vê-lo

Batendo já fora de mim

Insistir não mais adianta

Ao sofrimento condenado

A verdade é dura e espanta:

Tornei-me inanimado!

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 06/02/2013
Código do texto: T4125690
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