Rabiscos do tempo
O tempo traça a sorte em folha branca
E desbota em rabiscos a minha história
Com a tinta fraca da aquarela ilusória
E tira do arco-íris a cor que a vida arranca.
Pinta a minha dor em preto e branco
E descolore dos meus olhos a menina...
Fica noite e sem lua eu me tranco
Apagada do meu sol a última lamparina.
Ele pincela na minha tela o drama
Dos que amei e se alguém me ama
Bem-me-quer ou não-me-quer, o fim é ao acaso.
Ele deixa ao final a pétala do mal da minha flor
E se ao amor há um tempo, a tristeza não tem prazo
E eu nem sei se a minha lágrima tem cor.