Noites de angústia
É muito difícil transpor isso
Olho para o lado e tudo inerte...
Procuro jogar pra fora
Essa angústia dentro do peito...
Por mais que eu tente, invente
Expelir esse cancro, aqui dormente...
Uma consternação que não mitiga
Uma aflição que sufoca, fadiga
Uma dor que corrói, dor ardida
Segrego só com os Deuses...
Faço tudo pra não transparecer
Ninguém merece galgar o meu sofrer
Só eu o sei no meu deitar!...
Fazem-se eternos os pesadelos
É um pesar enviesado calado
É um abstrato que se consolida
É um concreto que se esvai...
E nesse emaranhado de perguntas,
Assim, os vivo tão somente só...
Exacerbam-se os letargos fúteis
Presentes até o raiar do dia
Em pensar que logo mais à noite,
No deitar da escuridão dos sonhos
Assim, do nada ela retorna
E o sofrimento recomeça...