Teu espectro

Sozinho em minha casa

vejo sombras se montando

sobre meu corpo que se desmonta

Aparições, que sobrevoam

o que sobrou de mim

Fantasmas de um passado

que ainda ecoa

sob gritos silenciosos

Vejo seres translúcidos

Criaturas invisíveis

Monstros momentâneos

E, entre eles, vejo teu espectro

como uma névoa

pairando livre

entre os cômodos

de minha comoção

Não sinto medo, nem pânico

Dentro de mim

apenas um sentimento

Pena

da vida que tivemos

e que se foi

para o mundo das almas perdidas

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Esse poema foi originalmente publicado no livro "Um lugar para dizer adeus"

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 04/02/2013
Código do texto: T4122599
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