Ninguém...

Aqui mesmo comigo presente,

Algo acontece, algo diferente...

Sinto que há aqui ninguém...

Sinto que não sou alguém...

Esse silêncio ditado, gritado,

Domina tudo, me faz aprisionado...

Sei que existe aqui incerteza,

Sei que aqui já houve uma princesa...

Sob a luz de uma tímida arandela,

O coração sente saudade... Dela...

Talvez ela também esteja sentindo,

Talvez pra si própria esteja mentindo...

No meu olhar fixo, ela e também o olhar,

Expressão divina que enxugava meu pranto...

Olhares que brilhavam entre si sem apagar,

Olhares mesmo distantes que ditavam, encanto...

Mas aqui no ar insuportável, o nada, o vazio,

Mas aqui nesse calor de verão a falta, o frio...

Solidão, a pior é quando se crê ter alguém,

Solidão, que traz a certeza de que és ninguém...