TEU HABITAT

Aqui estou em meu acrisolamento

Onde percebo que em mim persiste

De ti em mim essa necessidade voraz

E invade-me assim um átimo de solidão

Essa ânsia louca de notícias constantes

Pois não sou incólume ao distanciamento

Preso a esse saliente e mordaz vazio

Desprendido de metáforas recorrentes

Abstraído em tua luminosa presença

Permeada por íntimas premonições

Pelas intermitentes instabilidades

Semeadas pelas dúvidas interiores

No inóspito terreno das abstrações

Aqui estou em meu solitário espaço

Vagando por entre distantes pensares

Chego aonde me leva essa viva imaginação

Tentando descortinar-te em teu habitat

Onde realmente pulsa o teu cotidiano

E descubro todas as tuas singularidades

Que em mim desperta tanta fascinação

E redescubro-te mais vivaz em mim

Nesse complexo ato que é o amar

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