Tão apenas

Quinze para as duas, ruas desertas

Como explicar-me agora e sempre

Para esse abstrato e atroz silencio

Que vem procurar-me em minha hora de fraqueza?

Eu que já fui peixe e fui macaco

E agora sou apenas, tão apenas

Um grande ponto de interrogação perdido

Com as mãos nos bolsos e a cabeça lá nas nuvens

Como interpretar a mim mesmo

Nesta peça de puro improviso?

Tragédia cômica ou comédia trágica

Sem público, sem palco ou mesmo aplausos no final

Afinal apenas os fantoches são felizes

Sem o livre arbítrio que às vezes machuca

E a todas as consciências deste mundo faz pesar

Quinze para as duas, ruas desertas, e agora?

Wilker Duarte 13/07/2011 15:20