Negas-me
Por que não mais vens?
Nessa agoniante tristeza
Onde as lágrimas riem
Jazem desoladas esperanças
Foges pelas frestas da aura
Inacabado vocabulário
Abraça-me o perdido chão
Do pão nem as migalhas
Ainda procuro no vazio
Vãs as leituras sem ler
Feitas a ermo do ocaso
Debruçado já não ouso
No folhoso que da arte
No escuro me tateio
Me consome esse mal
À afável morte sorriria
Seria se no seu acalanto
Mas como tu, me negas.