Negas-me

Por que não mais vens?

Nessa agoniante tristeza

Onde as lágrimas riem

Jazem desoladas esperanças

Foges pelas frestas da aura

Inacabado vocabulário

Abraça-me o perdido chão

Do pão nem as migalhas

Ainda procuro no vazio

Vãs as leituras sem ler

Feitas a ermo do ocaso

Debruçado já não ouso

No folhoso que da arte

No escuro me tateio

Me consome esse mal

À afável morte sorriria

Seria se no seu acalanto

Mas como tu, me negas.

Naldo Martins
Enviado por Naldo Martins em 24/01/2013
Reeditado em 30/01/2013
Código do texto: T4101703
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