amor vampiro
não sei sobre você
sua ausência ronda as paredes do quarto,
percorre corredores
e um grito distante
parece ser o desespero
que aprisionado quer
se libertar
não sei de você
pela primeira vez
percebi minha
enorme iniquidade
minhas faltas, meus pecados,
meus passos trôpegos
os caminhos tortuosos
minhas indecisões
regadas a intensa variação hormonal
o climatério
que me ruboriza as faces
e nem mais sou adolescente
todos meus pudores
toda minha desimportância
burlesca,
banal
e absurda
que zanza entre castelos
luxuosos
despida de elegância
ou graça
todo meu esforço mental
só para compreender a emoção
que simplesmente fenece
perante um sorriso seu
continuo errante
sem saber sobre você
e, sua alma passeia silenciosa
pela saudade intensa
que me faz ter a ilusão de
ter ouvida a sua voz
um timbre mágico a me despertar
vozes ferozes
calam minha decepção
todos estão a minha volta
prestando atenção a tudo
bebendo minhas palavras
e , eu aqui sem poder
sorver tua existência
e, então permanece bizarra
a esperar o seu afeto,
o sorriso,
o discreto aceno de
sua mão distraída