Paredes

As vezes a dor do silêncio

escorre pelos olhos;

e me custa alguns tormentos.

Em um desses meus devaneios,

dou nome às paredes.

Talvez elas sintam a minha falta;

quando eu finalmente sair.

Não as considero uma jaula;

as paredes que eu criei,

um muro entre eu e as pessoas.

E não me importo

quantas pedras joguem.

Com elas construirei muros

mais altos ainda e por fim meu castelo.

Através delas ouço o choro dos céus;

sinto o cheiro da terra, agora molhada.

Onde os mortos repousam;

daqueles que em mim, enterrei.

Começei a me calar,

ouvir meus gritos mudos.

Que hoje canto como a canção dos mortos.

Adianto meu tormento,

velando meu futuro.

Do qual espero que as paredes

estejem bem mais altas,

e mais seguras do que nunca.

Exorcista
Enviado por Exorcista em 07/01/2013
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