Paredes
As vezes a dor do silêncio
escorre pelos olhos;
e me custa alguns tormentos.
Em um desses meus devaneios,
dou nome às paredes.
Talvez elas sintam a minha falta;
quando eu finalmente sair.
Não as considero uma jaula;
as paredes que eu criei,
um muro entre eu e as pessoas.
E não me importo
quantas pedras joguem.
Com elas construirei muros
mais altos ainda e por fim meu castelo.
Através delas ouço o choro dos céus;
sinto o cheiro da terra, agora molhada.
Onde os mortos repousam;
daqueles que em mim, enterrei.
Começei a me calar,
ouvir meus gritos mudos.
Que hoje canto como a canção dos mortos.
Adianto meu tormento,
velando meu futuro.
Do qual espero que as paredes
estejem bem mais altas,
e mais seguras do que nunca.