[silêncio]
[silêncio]
O silêncio é a canção da morte.
A tatuagem da condenação
traçada à laços de dor
pintam-no no âmago
dos tolos cegos que amam.
[silêncio]
O rei dos ladrões
está sentado sozinho
em um trono usurpado
e o bobo da corte
com um sorriso desenhado
não ri…
O castelo perfeito
esvaiu-se em lágrimas
preso às lendas;
e os fantasmas proeminentes
inebriam dos restos
de um conto desencantado.
[silêncio]
E no vime tarjado de sangue
é oferecido o pão remanescente
das mesmas mãos
que torturam
que cortam
que enforcam.
E o carrasco covarde, afoito
diante do monstro que é
foge da quimera que se tornou
e abraça o prazer
do desespero alheio.
O desespero e pavor silenciosos
das mudas melodias
das piores sinfonias.
No silêncio canto…
No silêncio chamo a morte.