Eu digo o mesmo

"Olhos que choram, a desgraça dos bons;

olhos que veem, o declínio dos sãos.

Olhos egoístas, que contentam em olhar;

olhos condenados, a só observar.

[…] digo o mesmo das feridas.

Feridas que latejam, as consequências do corte;

feridas que doem, na carne sem sorte.

Feridas que ardem, o buraco do peito;

feridas que lembram, cada anseio.

[…] e digo o mesmo das vozes.

Voz que grita, a dor do silêncio;

voz que canta, a canção do inocente.

A voz que ecoa, o trecho da morte

vozes que esperam, que nos conforte.

E mais uma vez cantamos…mudos

Não adianta estão todos surdos

Gritamos ao céu uma resposta

Ele rebate, sua voz é estrondosa

Raios e trovões mancham de branco

As trevas cheiram o nosso pranto

Quanta lamuria foi enterrada

No chão sujo de uma palavra mal tratada

Na sua mente ecoa o silêncio do cessar vida

Enclausurou-se sozinha no coração que batia

Em teu peito o anseio do descanso gritou

Socorro! Estou caindo… vamos você falhou.”

Exorcista e Thays Martins de Paiva
Enviado por Exorcista em 05/01/2013
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