Insignificância

Sou a folha que cai no outono,

o fruto abortado de uma árvore

inconsequente e inebriante.

Filho bastardo do alvorecer.

Sou um verme terreno,

de falso relento,

rejeitado sem pudor.

De súbito consolo, uma poesia inerte.

Em suma melodia perdida

da falsa demência

como louco, avesso fosse.

Sou a folha que cai no outono

Sou um ser que já morreu

Em meu peito bate algo que faleceu

Sou um verme terreno

Rastejante como uma víbora

Mas ao contrário, minha vida nada explica

De súbito consolo, uma poesia inerte

Escrever ou rabiscar, um ato que se repete

Demente seria eu ? Demente seria o mundo ?

Tento entender, mas fico mudo

Sou um verme terreno

E isso explica minha natureza repugnante

Meu corpo, a adaga de aço tange

São ferimentos; tentaram me fazer sucumbir

Oh, mas esqueceram, eu, há muito já caí

Abrace este verme, ou mate-o de uma vez por todas.

(…)”

Exorcista e Thays Martins de Paiva
Enviado por Exorcista em 05/01/2013
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