Abandonado
Devorado lentamente pelas traças
Esquecido, abandonado, em pedaços
Vejo-a brindar a felicidade com taças
Mas continuam vazios seus espaços
Ignora-me como se eu não mais existisse
Inanimado, contemplo minha desolação
E mesmo que você nunca mais me visse
Sequer sentiria um aperto no coração
Hoje, pra você, sei que não sou mais nada
Embora eu ainda adore ver seu sorriso
Mas longe de mim, está sempre afastada
Anseio por seu toque, admito que preciso...
Solitário, admiro sua beleza estonteante
Enquanto dissolvo-me em meio à poeira
Sou apenas um estorvo na sua estante
Eu que já fui seu livro de cabeceira...