Abandonado

Devorado lentamente pelas traças

Esquecido, abandonado, em pedaços

Vejo-a brindar a felicidade com taças

Mas continuam vazios seus espaços

Ignora-me como se eu não mais existisse

Inanimado, contemplo minha desolação

E mesmo que você nunca mais me visse

Sequer sentiria um aperto no coração

Hoje, pra você, sei que não sou mais nada

Embora eu ainda adore ver seu sorriso

Mas longe de mim, está sempre afastada

Anseio por seu toque, admito que preciso...

Solitário, admiro sua beleza estonteante

Enquanto dissolvo-me em meio à poeira

Sou apenas um estorvo na sua estante

Eu que já fui seu livro de cabeceira...

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 23/12/2012
Código do texto: T4050349
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