Velha minha

A ti trago flores e...

Não há meu bem, velha minha.

Beijinhos na mão, ou espera do outro lado.

E a vazia solidão

Posso ver tão somente

Que não há sonhos na idade antiga

Não há como correr para o futuro

Não quero flores amanhã.

Não quero choro quando partir

O sonho é mesmo fulgáz

Duvido que possa ser real

Tudo se move e move sem parar

A louca vida brinca de roleta russa

Um dia vamos estar juntos

Vamos estudar as nações

Pensaremos em pular corda

Correr pelo campo, brincar de criança.

Sonharemos arrastando o chinelo

Pedindo meu velho

Aqui está muito frio

Não seja boba velha minha

Uma borboleta brinca lá fora!

A minha voz domina a tua voz

Nem mesmo me domino

Vejo tão pouco, ouço tudo tão longe.

Agora não sei o que será de mim

De ti tenho pena...

Não chores, pior não pode ficar.

A dor que curto, é a falta que tu me fazes.

É a lembrança de ti quando eras minha

E agora, toda a terra é dona de ti.

Aldeir
Enviado por Aldeir em 20/12/2012
Código do texto: T4045253
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