Velha minha
A ti trago flores e...
Não há meu bem, velha minha.
Beijinhos na mão, ou espera do outro lado.
E a vazia solidão
Posso ver tão somente
Que não há sonhos na idade antiga
Não há como correr para o futuro
Não quero flores amanhã.
Não quero choro quando partir
O sonho é mesmo fulgáz
Duvido que possa ser real
Tudo se move e move sem parar
A louca vida brinca de roleta russa
Um dia vamos estar juntos
Vamos estudar as nações
Pensaremos em pular corda
Correr pelo campo, brincar de criança.
Sonharemos arrastando o chinelo
Pedindo meu velho
Aqui está muito frio
Não seja boba velha minha
Uma borboleta brinca lá fora!
A minha voz domina a tua voz
Nem mesmo me domino
Vejo tão pouco, ouço tudo tão longe.
Agora não sei o que será de mim
De ti tenho pena...
Não chores, pior não pode ficar.
A dor que curto, é a falta que tu me fazes.
É a lembrança de ti quando eras minha
E agora, toda a terra é dona de ti.