Quando a poesia me deixou
Não sei quando, exatamente a poesia fugiu de mim...
Se quando não senti confortavelmente os pingos de
alguma chuva...
Se pela minha indiferença a uma música que em outros
tempos, provocaria a minha alma...
Só sei que fugiu, pois o universo não me diz nada, é apenas
a parte de um todo em confusão...
Não sei exatamente quando ocorreu, pois os sintomas vieram
a contra gotas e a contra gosto...
Logo ela, a poesia, companheira de horas desnudadas, bússola
que apontava lugares sem fim,
fugiu, a poesia esqueceu-se de mim...
E agora absorvo palavras inertes vindas do vento,
lamento a falta de inspiração...
Alguma coisa não pulsa mais em minha alma,
então não consigo digitar sentimentos,
fumaças escorridas pelos dedos que perderam
a direção do sentir, do estar...
Talvez se soubesse o dia exato, a hora exata, ela, a poesia,
faria um acordo assim:
Jamais deixe de sentir vida viva, mesmo com restrições,
O mar é o mesmo, a música é a mesma, e aquela fumaça...
incômoda fumaça, passa, passa...
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