Quando a poesia me deixou

Não sei quando, exatamente a poesia fugiu de mim...

Se quando não senti confortavelmente os pingos de

alguma chuva...

Se pela minha indiferença a uma música que em outros

tempos, provocaria a minha alma...

Só sei que fugiu, pois o universo não me diz nada, é apenas

a parte de um todo em confusão...

Não sei exatamente quando ocorreu, pois os sintomas vieram

a contra gotas e a contra gosto...

Logo ela, a poesia, companheira de horas desnudadas, bússola

que apontava lugares sem fim,

fugiu, a poesia esqueceu-se de mim...

E agora absorvo palavras inertes vindas do vento,

lamento a falta de inspiração...

Alguma coisa não pulsa mais em minha alma,

então não consigo digitar sentimentos,

fumaças escorridas pelos dedos que perderam

a direção do sentir, do estar...

Talvez se soubesse o dia exato, a hora exata, ela, a poesia,

faria um acordo assim:

Jamais deixe de sentir vida viva, mesmo com restrições,

O mar é o mesmo, a música é a mesma, e aquela fumaça...

incômoda fumaça, passa, passa...

Assine! Viva!

Ada Mendes
Enviado por Ada Mendes em 12/12/2012
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