A xícara de café
Vagando entre o sonho e a realidade,
mergulho os pensamentos
na xícara de café,
quebro uma casquinha de pão nos dentes
no lirismo das 4 da tarde.
A cafeteria num ponto mágico
me traz a luz da rua
e a energia vital
desprendida das coisas paradas,
é como se eu pudesse ver
as verdades alheias.
Movimento da rua
feito de passos largos
e um homem inerte
que capturo com o olhar
em silêncio num banco,
momento que pressinto
paz e calmaria.
Mergulho os olhos na
xícara de café
imóvel
a colher move
meus olhos parados...
A xícara e o café
de um se faz o outro
eternos...
Encanto que me tira
a pressa
e me faz desperta e atenta,
apaziguada e viva.
Ao redor da xícara de café,
há uma folha mágica,
de onde os versos emergem
e oculta a realidade,
provocando minha alma
para contar minha história:
a fala do silêncio,
de quem caminha soizinha.