Pico de Lamentações
Sobre o mar que cobriu sua face
O corpo em vida, em pedaços distintos
No coração, outros, para que o mar levasse
A dor que ficou, marcas, infinitas
As vezes, lágrimas preenchiam o Mar
Permutando os dias em que a neve cessara
E de novo, o sol ardia um novo lar
Pedras, um penhasco, um álbum molhara
O clima que devastou cinzas ao sábado
Inaladas palavras de morte injustiçada
Por um feitiço que varreu séculos, inconsolado
E vivo, mais ainda morto, existência amaldiçoada
Jogadas as pétalas que inexistiu seu túmulo
Os claros ventos do leste acariciam o rochedo,
Nos soprados ossos pela corrente, minúsculo
Semblante do dia, névoa, antigo medo
No segredo que rasgara um coração
Saciado pela incompleta degradação
Morrendo ao canto da depressiva canção
"Solidão minha, morte vizinha, busque-me agora
Sem demora, essa alma ferida, leve-me sem demora..."