Pico de Lamentações

Sobre o mar que cobriu sua face

O corpo em vida, em pedaços distintos

No coração, outros, para que o mar levasse

A dor que ficou, marcas, infinitas

As vezes, lágrimas preenchiam o Mar

Permutando os dias em que a neve cessara

E de novo, o sol ardia um novo lar

Pedras, um penhasco, um álbum molhara

O clima que devastou cinzas ao sábado

Inaladas palavras de morte injustiçada

Por um feitiço que varreu séculos, inconsolado

E vivo, mais ainda morto, existência amaldiçoada

Jogadas as pétalas que inexistiu seu túmulo

Os claros ventos do leste acariciam o rochedo,

Nos soprados ossos pela corrente, minúsculo

Semblante do dia, névoa, antigo medo

No segredo que rasgara um coração

Saciado pela incompleta degradação

Morrendo ao canto da depressiva canção

"Solidão minha, morte vizinha, busque-me agora

Sem demora, essa alma ferida, leve-me sem demora..."

Roberto William
Enviado por Roberto William em 08/12/2012
Reeditado em 16/06/2014
Código do texto: T4025954
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