História de Vida

Pobre de ti

Quem te esqueceu

Aqui estás tu ao relento

No calor e no frio

O teu pobre cobertor

É um simples cartão

Teu corpo liberta odor

O mesmo, pernoita no chão

Mas é um comum cidadão

Não bafejado pela sorte

Esperando apenas que a morte

Lhe pegue e leve pela mão

A barba já não desfaz

A roupa está denegrida

És tratado como uma ferida

Que prolifera a sociedade

Sei que não tiveste vontade

Nem tão pouco querer

Que te foi acontecer

Nem tu sabes na verdade

Para ti tudo é indiferente

O teu mundo é fechado

No qual ninguém entra

Pois tu vives isolado

Para ti o povo, a gente

São apenas coisas, do passado

Tens no banco do jardim

O teu mais fiel amigo

Que á noite fala contigo

Com quem repartes segredos

A ele revelas teus medos

A tua vida, tua aventura

A ele pedes a cura

Para tão delicada situação

Mas tristemente em vão

Pois não te consegue ouvir

Terás assim que prosseguir

Esperando alguém te ajudar

Não deixes a esperança fugir

É preciso acreditar

Há gente com coração

jovige
Enviado por jovige em 07/12/2012
Código do texto: T4023916
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