História de Vida
Pobre de ti
Quem te esqueceu
Aqui estás tu ao relento
No calor e no frio
O teu pobre cobertor
É um simples cartão
Teu corpo liberta odor
O mesmo, pernoita no chão
Mas é um comum cidadão
Não bafejado pela sorte
Esperando apenas que a morte
Lhe pegue e leve pela mão
A barba já não desfaz
A roupa está denegrida
És tratado como uma ferida
Que prolifera a sociedade
Sei que não tiveste vontade
Nem tão pouco querer
Que te foi acontecer
Nem tu sabes na verdade
Para ti tudo é indiferente
O teu mundo é fechado
No qual ninguém entra
Pois tu vives isolado
Para ti o povo, a gente
São apenas coisas, do passado
Tens no banco do jardim
O teu mais fiel amigo
Que á noite fala contigo
Com quem repartes segredos
A ele revelas teus medos
A tua vida, tua aventura
A ele pedes a cura
Para tão delicada situação
Mas tristemente em vão
Pois não te consegue ouvir
Terás assim que prosseguir
Esperando alguém te ajudar
Não deixes a esperança fugir
É preciso acreditar
Há gente com coração