Pintura Clássica
Sem ter muito o que fazer e pensar, me vi sozinha! Entendi que para estar só, nem sempre preciso de companhia.
Resolvi então sair... em busca de algo e em um lugar... Para me completar.
Entro numa grande sala, com piso refletindo seu brilho, através da janela, com paredes brancas. Brisa suave e delicada que se mistura entre os raios de sol. E no meio do salão, uma luz que se compele as cores refletidas, nos seus quadros expostos em suas paredes, tão reluzentes. Ao fundo, vejo-o. Admiro-o! Me apaixono! E me aproximo. Um quadro. De grande valor inestimável.
Com moldura autêntica e peculiar de uma obra desconhecida.
Consigo ver uma pintura, que nada mais é apenas um borrão de tintas que se misturam.
Que não se define o que é tinta, o que é pintura, e o que na verdade, é borrão. Mas que se funde.
Passo horas olhando e analisando o quadro. Mas não fui capaz de entender a sua expressão. E frustrada, me vou. Sem mais querer olhar de novo. E simplesmente, não olho para trás.
É o único quadro que, me deparo e chama realmente a minha atenção. Que me prende! Mas logo, não me atenho na curiosidade. Porém, atenho em mim mesma.
Aquele quadro, se parece comigo. É minha vida. E sou eu nele. Definida simplesmente assim: Pintura Clássica. De valor incalculável.
Mas se alguém me ver , sem procurar me entender, e vai embora. De que valia tem esse valor?
Onde vira as costas pra mim, e não quer olhar para trás. Me olhar!
Assim eu sou. O que será de mim?
Incompreendida e indefinida, como numa Pintura Clássica, num quadro de grande valor. Porém, sempre sozinha em mim.