Amargas Memórias
Tenho fome, sinto a terrível sede
De sufocar-te em solidão,
Arrancar a tua foto desta parede,
Apagá-la de meu coração!
Pegar essas miseráveis cinzas,
Soprá-las aos ventos dos desesperos,
Sonhando que nossas línguas
A roer-me das ilusões até os cabelos
Enterre as minhas lembranças,
As páginas de tuas memórias amargas
Como corpos em sexuais danças
Que pela saudade então te embargas!
Neste circulo de contradições
Pus em teus olhos a visão da ventura,
Quando as falecidas emoções,
Mergulham-me no poço em amargura
Tantas juras de um amor eterno,
Desatando-se em nós de lamentações
Embriagados ao fogo do inferno,
Somos apenas miseráveis decepções!
O giz que traçou essas histórias,
Coloriram de ingratidão as nossas vidas,
Restam as amargas memórias,
Das mãos que um dia foram tão unidas