Adeus Minha Amada

Deixe-me que eu aviste o seu rosto mais uma vez

Antes que essa névoa sombria viole a sua vida

Deixa-me provar desse lábios mais uma vez

Antes que essa boca para mim esteja proibida

O seu rosto deixará de ser belo

Consagrado pela fatalidade

Os seus olhos fecharão para morte

E abrirão para eternidade

As suas belas canções não serão

Mais ecoadas nos quatros cantos do mundo

O seu corpo será devorado por vermes

E a sua vida esquecida em um buraco profundo

Mas Prometo não deslocar um pé dessa sepultura

Minha casa se tornará esse jardim sem grama

Enquanto viver essa vida amargurada que ainda dura

Não retornarei uma sequer vez para junto da nossa cama

Lembranças me invadirão a todo momento

Como uma indesejável chuva no verão

Não reviverei as flores dos sentimentos

E nem deixarei que brotem em meu coração

Vento, chuva e sede não me atormentarão

Não a deixarei uma noite sem minha companhia

Ao seu lado sei que não vou sofrer de solidão

E nem sentir o vazio em uma madrugada fria

Outras primaveras virão na estação

Mas nunca te abandonarei

Jamais esquecerei por quem eu dei o meu coração

E pela pessoa que eu me apaixonei

Não haverás mais um claro dia de luz

Pois o meu sol se pôs eternamente

A morte levou a minha amada de olhos azuis

E de cabelos loiros transparente

De poesia não viverei mais

Pois se foi a minha única inspiração

Como um poeta fala de sentimentos especiais?

Se não sobrevivem um no seu coração

Tristeza, abandono, saudade

Serão as mais novas palavras nessas linhas

A ponta da pena contará tragédias de verdade

Com histórias falsas que não são minhas

Então me disperso dessa vida cretina

Seria Tão fácil deixar esse mundo

Adeus, minha vida mortal

Vai-se mais um nessa vida

Agradeço por não ser tão fatal

A dor que eu deixo na despedida

O meu corpo volta para terra

Para servir de adubo para as flores

Meus olhos não verão mais guerras

E nem sofrerei por amores

Vai-se os meus sonhos e minhas lembranças

Tudo pelo o que eu lutei não vale mais nada

Levo apenas a esperança

Que encontrarei novamente minha amada

E no meu túmulo peço um ultimo pedido

Escrevam na lápide que leva o meu nome

Foi poeta, sonhou e amou na vida