TEMPO
“TEMPO”
Você, definitivamente,
É fato!
É alma gêmea;
É fêmea que derrama,
Que escorre...
Que desmanda...
Que manda no meu sentimento vulgar
De ter em meu leito,
O seco pavor...
Dos beijos...
Violados e violentos
E quando eu ficasse...
Despido de tudo,
Espírito de luto;
Couraças do meu sepulto
Recuariam ao sumo mundo,
Em que a procura se desconhece!
Se não me quisesse,
O sentimento morreria...
Nas coisas que não são
Vulneráveis,
E eu lhe diria então...
Que passaria o resto,
De meus dias,
Fechando-me a outros amores
Que de salafrários,
Desisti de sonhá-los,
Em cores.
Favores,
Talvez o que jamais quis,
Jamais lhe farei,
O que fiz,
Herdei o olhar ferino
De minha desconhecida,
Comadre...
Chamada libido,
Lírico sabor,
Que me arde!
Eu vivo o amor,
Despedaçado e desistido,
Reprimido no presídio que sinto
Onde eu mesmo sou frágil,
E sou quem minto,
No que prefiro falar o que repito
Recito,
Um dia de sorrateiro,
Em que um começo,
É só um requisito
Se for errado o desabafo menino,
Quero crescer à luz do fortuito
Direito que não venço em amar
Eu, autêntico sentido,
Sou o que apenas...
Dá-se em respiro
Ao abdicar-me do recinto,
Recito o clamor
A todos os ventos,
Que vivo,
Em todo o meu amor,
Que é momento,
Que não despisto
Em que o tempo,
Que respiro,
Só me faz te esperar.