TEMPO

“TEMPO”

Você, definitivamente,

É fato!

É alma gêmea;

É fêmea que derrama,

Que escorre...

Que desmanda...

Que manda no meu sentimento vulgar

De ter em meu leito,

O seco pavor...

Dos beijos...

Violados e violentos

E quando eu ficasse...

Despido de tudo,

Espírito de luto;

Couraças do meu sepulto

Recuariam ao sumo mundo,

Em que a procura se desconhece!

Se não me quisesse,

O sentimento morreria...

Nas coisas que não são

Vulneráveis,

E eu lhe diria então...

Que passaria o resto,

De meus dias,

Fechando-me a outros amores

Que de salafrários,

Desisti de sonhá-los,

Em cores.

Favores,

Talvez o que jamais quis,

Jamais lhe farei,

O que fiz,

Herdei o olhar ferino

De minha desconhecida,

Comadre...

Chamada libido,

Lírico sabor,

Que me arde!

Eu vivo o amor,

Despedaçado e desistido,

Reprimido no presídio que sinto

Onde eu mesmo sou frágil,

E sou quem minto,

No que prefiro falar o que repito

Recito,

Um dia de sorrateiro,

Em que um começo,

É só um requisito

Se for errado o desabafo menino,

Quero crescer à luz do fortuito

Direito que não venço em amar

Eu, autêntico sentido,

Sou o que apenas...

Dá-se em respiro

Ao abdicar-me do recinto,

Recito o clamor

A todos os ventos,

Que vivo,

Em todo o meu amor,

Que é momento,

Que não despisto

Em que o tempo,

Que respiro,

Só me faz te esperar.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 17/11/2012
Código do texto: T3991323
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