Ego Cinza
Sinto a dor, mas não quero chorar,
O tempo todo o desespero consumindo
Nas lágrimas minhas ir-me-ei afogar
Quando a dor se vai ao olhar sumindo!
Se Deus ao menos me segurasse,
Nessas torturas que apenas aumentam,
Eu sentisse que algo me abraçasse
As angustiam somente me atormentam
Vejo minhas luzes se apagando,
Mergulhei na escuridão dentro de mim,
Ouço algo aqui dentro implorando
Será na melancolia tardia esse meu fim?
Perdi o caminho para retornar
Ao estado na qual toda a alegria irradia
No fundo eu quis questionar
Porque me dói tanto a incurável agonia
Não me curvarei na decadência
Enquanto eu proferir a fúria nesta língua
Mas haveria eu de ter clemência
Quando já pintara o meu ego de cinza?