Primeiro Poema ao Meu Ninho

Enfurnado no meu quarto

Ouço gritos:

"Menino, sai dessa da toca

Parece bicho do mato!"

Me faço e desfaço em ritos.

Danço e canto todas as horas.

Se alguém me abrir a porta,

Toda inspiração vai embora!

Não, eu não quero sair.

Lá fora existe um mundo vil.

Não vale a pena me unir.

Esse cômodo é mais gentil.

Chega o crepúsculo da noite

Quando as luzes estão apagadas.

Já não me sinto sozinho,

Não ando só no meu ninho.

Lucas Madí
Enviado por Lucas Madí em 15/11/2012
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