Primeiro Poema ao Meu Ninho
Enfurnado no meu quarto
Ouço gritos:
"Menino, sai dessa da toca
Parece bicho do mato!"
Me faço e desfaço em ritos.
Danço e canto todas as horas.
Se alguém me abrir a porta,
Toda inspiração vai embora!
Não, eu não quero sair.
Lá fora existe um mundo vil.
Não vale a pena me unir.
Esse cômodo é mais gentil.
Chega o crepúsculo da noite
Quando as luzes estão apagadas.
Já não me sinto sozinho,
Não ando só no meu ninho.