Exílio da Alma
Como areia por entre os dedos você me escapa,
na poeira do deserto se desfaz em um vento quente,
desmanchando a trilha que fiz para encontrá-la,
engolindo minha bússola de ouro de tolo,
tudo desmorona como castelos à beira do precipício...
Minha visão turva no sol do meio dia,
meus pés estão presos em um mar escaldante,
não tenho mais para onde ir, sou um exilado,
não há nenhuma fonte, nenhuma miragem,
meu alento não chega nem em ilusões compensatórias...
Sinto o gosto salgado na boca,
os lábios rachados pela ausência de água,
a energia soterrando-se nas dunas da paisagem,
o ar evaporando em nuvens sem chuva,
aguardando alguma providência divina sigo sozinho...