POESIA – Dois desgraçados
POESIA – Dois desgraçados – 22.10.2012
Dormi no lodo dessa rua imunda,
Despertei junto a ratos e pedintes,
E perto a mim aquela triste vagabunda,
Que o fez por maldade de requinte...
Mas ela prometeu em desatino,
Seguir os meus percursos noite afora,
Nem queria saber qual meu destino,
Seu desejo era ver-me um caipora...
Muito pior me viu aquela desditosa,
Quando implorei por um retraço de comida,
Naquela altura eu já não era mais nada,
E zombando de mim ela partiu,
Dois desgraçados num final triste de vida,
No jornal a manchete dela... Suicida.
Foto: GOOGLE
Ansilgus