Quantas vezes...
Quantas vezes tive que ver o céu para aguentar o inferno.
Quantos sinais de cruz eu fiz para ser protegido, mas, mesmo assim, nem sempre houve uma salvaguarda. Quantas vezes olhei para o espelho e me deparei com as irregularidades.
Quantas vezes votei por obrigação, e quantas vezes voltei por incompetência.
Quantas vezes abri a bíblia procurando um sinal de elucidação, mas tantas vezes me deparei com a ilusão.
Quantas vezes me humilharam e se fizeram de deslembrados. Desmemoriados talvez? Só quem se macera é que memoriza.
Renato F. Marques