ÁGUAS DA SOLIDÃO


Já ouví o barulho das águas, nas quedas,
e também o tilintar de algumas moedas,
caindo, sobre o meu tão surrado chapéu...
Já vivi com a solidão, terrível dor noturna,
já depositei minha esperança numa urna,
que se encontra, numa estrelinha do céu...

Já senti, minha perna doendo e sangrando,
mas venci a triste noite, sozinho e delirando,
tendo como cobertura, leve camada de capim..,
Noites sem sono, noites vazias, noites nuas,
que convivi na solidão, no silêncio das ruas,
um desprezo, que a natureza, lançou sobre mim...

Quantas vezes, considerava isso, um castigo,
e perguntava -Mas por que, isso comigo?
Livre me dessa doença,quero um trabalho...
Mas...Sempre ouvi uma resposta negativa,
que atirava me , cada vez mais a deriva,
quando sentia de manhã,no meu rosto o orvalho...

Pernas inchadas,sem o meu corpo sustentar,
perambulando, nunca alguém viu me reclamar,
com uma sina de mendigo, deixo a vida seguir.
Um pedacinho de pano branco, que encontrei,
lembro, com muito carinho já o lavei
para enxugar lágrimas, não sei o que é sorrir...

QUANDO ME VER, CAÍDO NO CHÃO,
RESPEITE, A MINHA SOLIDÃO,
BREVE, DE SUA VISTA, IREI SUMIR...



GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 31/10/2012
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