Mundo em Vácuo
A plenitude contemplo.
Sou só, sou tudo e nada
Sufocada, agora desamarrada
Esclareço as idéias do meu templo.
Uma onda que quebra em pedra,
Emoldurando as falésias,
Desmanchando todas as mazelas
De uma praia deserta e sem terra.
O sussurrar de um vento frio
Levando aos poucos as lembranças.
São marcas vividas, armas de heranças
Que se esvai a explodir como pavio.
Acima o céu pairando,
Com seu poderio sem fim.
Nada escutar do querubim.
Um vazio por dentro ecoando.
As cores são esbranquiçadas.
Alegres e tristes, misturas de tudo.
Aquarela caleidoscópica do mundo,
Junção das puras amaldiçoadas.
O ser que ao se ver,
Na realidade se consome.
Não existe e nem tem nome.
Em nascer, a vida jamais há de ter.