Poema alheio...
Ébrio do último gole desse vinho,
onde os teus lábios tanto lambem,
vivo do prazer de alheias mãos,
sentem o meu corpo nada santo.
Uma vida, um homem, um menino,
tudo no limbo do destino;
nenhum dos três vive plenamente,
dois deles nem mesmo eu sei quem são,
e, além de indagar ao coração,
o outro sou eu embriagado.
Valho-me do álcool e sua embriaguez,
o que vejo em ti e o que nada sei,
porque meu coração virou também um poeta embriagado,
luz de um longínquo sol apagado,
amor de mão em mão,
que apenas reescreve essa canção,
untando de prazer o corpo e a alma.