MEU POEMA DE SOLIDÃO
Meu poema de solidão
Sou um rastro no espaço
Um verbo, um vazio no retrato
Uma gota no rio da espera
Uma lágrima na pele da dor
Uma estrela desesperada
Cansada de seguir a lua
Na calda da loucura
A espera de ti
No seio da solidão
Seguindo as pegadas do coração
Sou o sonho dormindo no telhado
A trilha de um amor atrasado
No palco da cama fria
A página rabiscada
De um poema que não vingou.
A reza da poesia
Na alma da fantasia
Passos nos rastros de um encontro
Selado pelo que ficou
O perfume da bruma vazia
Um poema na tela da vida
Um soneto no tempo
Um grito que o teu silencio
Desprezou...
Mas quem disse que se chama tristeza...
O meu vinho envelhecido de amor
Não sabe o que é poesia...
A escória que virou joia fina
Hoje me traz regalias...
Meu poema mais nobre ainda rima,
Circula pelas boemias,
Hoje é obra prima,
Intitulado...
Desamor.
Marisa Zenatte