Enfim

Sozinho, à noite, no meu quarto

Converso com as sombras na parede

Desta velha solidão já estou farto

Preciso saciar a minha sede

Por amor ou algo que valha a pena

Algo que traga sentido à minha vida

Sou coadjuvante na minha própria cena

Uma lembrança pra ser esquecida

E o tempo passa, a luz eu apago

Sem mais conversa ou devaneios

Ansiando por carinho ou afago

Escondo-me nos meus receios

Sob o domínio da escuridão, me deito

E sob minha própria chuva adormeço

Soluços ecoam dentro de meu peito

Enquanto sonho com o que não mereço

Que a morte chegue, estou preparado

Tenho certeza que será melhor assim

O Sol raiará e eu não terei acordado

Terá, então, chegado o meu fim

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 26/10/2012
Código do texto: T3952641
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