Enfim
Sozinho, à noite, no meu quarto
Converso com as sombras na parede
Desta velha solidão já estou farto
Preciso saciar a minha sede
Por amor ou algo que valha a pena
Algo que traga sentido à minha vida
Sou coadjuvante na minha própria cena
Uma lembrança pra ser esquecida
E o tempo passa, a luz eu apago
Sem mais conversa ou devaneios
Ansiando por carinho ou afago
Escondo-me nos meus receios
Sob o domínio da escuridão, me deito
E sob minha própria chuva adormeço
Soluços ecoam dentro de meu peito
Enquanto sonho com o que não mereço
Que a morte chegue, estou preparado
Tenho certeza que será melhor assim
O Sol raiará e eu não terei acordado
Terá, então, chegado o meu fim