INEXORÁVEL
A forja que bimbalha o ferro tem teu decidir duro e implacável
Veda -lhe os ternos gestos, renegas de ti o perdoar...
Expurga de teus olhos a extrema arte de olvidar - me os erros...
Desfaz o sentimento e ignoras quando imploro que me ausculte o peito cansado de indiferenças, sedento de ti!!!
No cadenciado fremir do metal bruto, fere - me o ego, estraçalha -me a vontade de viver a tua espera.
Vasto alheamento, indômita ignorância que afugenta o meu amor.
Tão desejada presença, tão preconceituoso em si mesmo,cismado e só...
Venerado e indiferente,fresta profunda e impenetrável.
Por um momento apenas faz -me sentir humana e simultaneamente transporta - te com maestria para dentro de sim mesmo.
Não ter assumes, nem mo permites assumir - te por inteiro...
Torna - se fugaz e fugidio ante meus assédios...
Frustra - me a vontade de me sentir mulher...
Melhor seria execrar -te e não consigo!!!
E no preconceituoso toque que destrói o vil metal,
perco a cada dia a liberdade de exultar -me contigo...
1º Lugar Concurso - Rio Pomba/MG - 1994