Sina
Do exímio anoitecer avisto caminhos,
mas me perco de vista.
O pesar sobre a alma, amordaça sorrisos leves.
Da alegria
a alergia
Vetos tão ineptos, verbos tão inóspitos.
Já de madrugada, ando perdida de mim
como se meus pés não alcançassem meus rastros.
Trago teu enervante penar e me perco na fumaça do último trago.
Quando o vento noturno invade meu peito,
ouço uivar rasante no vazio
o eco de enxotar intruso.
Mas quando o sol acorda o dia
A criança em mim também desperta,
Corajosa, logo se veste de sonhos e sai à rua
Desce as calçadas, descalça
Rodando teu vestido de renda
Sem se render
Leva um sorriso amarelo, amargo talvez.
Mas espalha uma felicidade nem sempre tão sua.
Consola além das arestas semi-abertas dos olhos
de quem ainda desperta pra vida,
leva canções como pedrinhas de açúcar,
adoçando os azedos passos e
provocando sorrisos.
A tudo ainda não dei um nome,
só sei que a criança em mim,
de dia alimenta os enfermos da alma
e a noite ela passa fome.