Solidão
Solidão,
me devora
como um bicho faminto.
Nas noites loucas
onde não há espaço
nem para mim mesma.
As horas não se esgotam.
Os retratos pendurados na parede
me enlouquecem.
O silêncio
manso me distrai;
no vazio que contempla
a própria calma.
Gostaria de uma pulperia,
onde ninguém pudesse me encontrar.
Virar pelo avesso
a farsa - esculpida em sonhos nus -
e delirar
em parte alguma.
Inferno secreto
enquanto ainda posso tocar
a lira - sublime ironia -
disfarçada no ardor: estupor visceral.