Solidão

Solidão,

me devora

como um bicho faminto.

Nas noites loucas

onde não há espaço

nem para mim mesma.

As horas não se esgotam.

Os retratos pendurados na parede

me enlouquecem.

O silêncio

manso me distrai;

no vazio que contempla

a própria calma.

Gostaria de uma pulperia,

onde ninguém pudesse me encontrar.

Virar pelo avesso

a farsa - esculpida em sonhos nus -

e delirar

em parte alguma.

Inferno secreto

enquanto ainda posso tocar

a lira - sublime ironia -

disfarçada no ardor: estupor visceral.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 26/02/2007
Reeditado em 26/02/2007
Código do texto: T393547
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