= Novos tempos =

Invada-me, oh, brisa da madrugada.

Refresca este coração, que febril se desvaira.

Desperta os sonhos deste corpo que na noite

Não se deixou adormecer

Ouviu por horas a fio

O suave cantar das estrelas

Que no céu seus versos riscavam

Ficaram cadentes pelo desejo de minha alma liberta.

Assisti o silêncio frio da lua

Vagueando pensativa

Na imensidão dos sonhos desfeitos.

Invada-me, oh, brisa da madrugada.

Quando a alma é tomada de assalto pela solidão

Acorda o corpo, adormecendo as esperanças.

Lá fora o silêncio

No peito uma angustia atroz

Que arrebata todos os desejos.

No cálice do fino cristal

O fel

Na bandeja de prata d’antes

Com o precioso vinho com sabor de paixão

Induzindo-nos aos mais deliciosos pecados

Apenas um bilhete no guardanapo de papel dobrado

No arrebol da manhã

Preguiçosamente o sol com sorriso em ouro

São novas as esperanças ateadas.

A pequena missiva da bandeja é retirada

Nela uma pequena mensagem:

_Não se entregue velho guerreiro.

Que bom que a tempestade passou!

Foi tudo um breve pesadelo

Renasce um novo dia

O sonho não acabou.

Antônio Tavares (Tonho)

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 05/10/2012
Código do texto: T3918166
Classificação de conteúdo: seguro