= Novos tempos =
Invada-me, oh, brisa da madrugada.
Refresca este coração, que febril se desvaira.
Desperta os sonhos deste corpo que na noite
Não se deixou adormecer
Ouviu por horas a fio
O suave cantar das estrelas
Que no céu seus versos riscavam
Ficaram cadentes pelo desejo de minha alma liberta.
Assisti o silêncio frio da lua
Vagueando pensativa
Na imensidão dos sonhos desfeitos.
Invada-me, oh, brisa da madrugada.
Quando a alma é tomada de assalto pela solidão
Acorda o corpo, adormecendo as esperanças.
Lá fora o silêncio
No peito uma angustia atroz
Que arrebata todos os desejos.
No cálice do fino cristal
O fel
Na bandeja de prata d’antes
Com o precioso vinho com sabor de paixão
Induzindo-nos aos mais deliciosos pecados
Apenas um bilhete no guardanapo de papel dobrado
No arrebol da manhã
Preguiçosamente o sol com sorriso em ouro
São novas as esperanças ateadas.
A pequena missiva da bandeja é retirada
Nela uma pequena mensagem:
_Não se entregue velho guerreiro.
Que bom que a tempestade passou!
Foi tudo um breve pesadelo
Renasce um novo dia
O sonho não acabou.
Antônio Tavares (Tonho)