Incógnito

Tua aura de virtude

Paira sob minha iniqüidade

Mas não vês

Teus atos de humildade

Confunde-se com minha luxúria

Mas não vês

Teus olhos de carinho

Dilaceram minha violência

Mas não vês

Tu, não percebes o quanto sou,

Não entendes que não posso,

Não assimila que não consigo,

Não enxergas o meu caráter?

Por que busca mudar-me?

És possessiva e me queres?

A qualquer preço?

Tola! Isto és.

Não sou de ti,

Nem para ti

Sou do mundo

E ele é meu

Sou da noite

Do breu.

Sou poeta

Talvez...