MINHA FADA

Ah! Eu hoje vi você, como todo dia agora vejo: "Boa tarde!". Intimamente respondo: "Boa tarde, querida!". Esperei que você deixasse de olhar para mim e, aí sim, namorei você todinha. Seus cabelos presos por pequenos passadores colocados de uma maneira quase displicente, dão uma vontade imensa de afagá-los, tocar seu rosto lindo. E os seus lábios? Por estes anseio, tremo só em fitá-los. Bendito desejo que me faz sofrer e sonhar. Beijá-la, para mim, seria alcançar algo infinito, inexplicável, sobrenatural. Estranho é que me dá tanta paz e ao mesmo tempo traz tanta guerra ao meu espírito. Seus olhos. Ah! seus olhos: profundos, meigos e romanticamente brilhantes. Suas mãos, mãos de fada, estranha magia têm: finas, macias, delicadas, têm o mágico poder de alterar todo o meu equilíbrio emocional. E seus braços: tenho vontade de gritar: "Abracem-me, pois os meus têm ímpetos de esquecer tudo e todos e abraçar você, sentir seu peito palpitante contra o meu". Abraçados assim poderei dizer mil coisas aos seus ouvidos, nos intervalos dos beijos que pedirei, implorarei e até roubarei, se preciso for. E noite agora. Estamos sós: eu e o silêncio; minha alma irrequieta e minha solidão. Onde estará você agora? Será que pensa em mim, se lembra que eu existo? Me iludo: "É claro que ela se lembra". Fecho os olhos, vejo você, sonho acordado. Aparece uma fada linda, toca-me, acordo, esfrego os olhos, pisco. Impossível, você está aqui! É ela, minha fada, tão nua e pura como veio ao mundo. Veio só para mim, veio matar meu desejo, acalmar meu espírito, completar minha vida trazendo-me o que eu mais quero: o seu amor.

AGOSTINHO PAGANINI
Enviado por AGOSTINHO PAGANINI em 02/10/2012
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