insatisfação
mar revolto
repleto de nós na garganta
espinhos de rosa na alma
cravados bem perto do sentir
e sobre a dormência discreta
de uma cãimbra
uma imensa e inexplicável
nostalgia
de coisas que nunca tive
de coisas que nunca fiz
de amores que nunca vive
e palavras que jamais proferir
neguei-me a mim mesmo
mais de um milhão de vezes
diante do reflexo de minha imagem
diante do excesso crasso da história
diante dos dedos em riste
das mãos pedintes
mas sobretudo perante os olhos
inquisitores
que questionavam até a morte...
até o suspiro final de
paixão pela vida