insatisfação

mar revolto

repleto de nós na garganta

espinhos de rosa na alma

cravados bem perto do sentir

e sobre a dormência discreta

de uma cãimbra

uma imensa e inexplicável

nostalgia

de coisas que nunca tive

de coisas que nunca fiz

de amores que nunca vive

e palavras que jamais proferir

neguei-me a mim mesmo

mais de um milhão de vezes

diante do reflexo de minha imagem

diante do excesso crasso da história

diante dos dedos em riste

das mãos pedintes

mas sobretudo perante os olhos

inquisitores

que questionavam até a morte...

até o suspiro final de

paixão pela vida

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/02/2007
Código do texto: T390526
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