Assim na terra, jamais no céu

Quina de prazeres indizíveis aos sentidos

faz sangrar o joelho do menino apressado nos corredores

mas não o impede de correr, sangra

Tua velha indisposta se prosta aos pés de imagens engavetadas

mal se dá conta os minutos pra seguinte distração

Corpulenta é a inércia, doentia é tua flama

Ele cruza a sala pesado como uma prenha

mas teu feto será gerado em brasa lúbrica

Na derme das ovelhas a liberdade contida

Os que desconhecem o seu caminho nunca estarão perdidos

uma busca, quase sempre brusca

contrafeito a sua vontade assim na terra, jamais no céu

Dia desses ao tornar no trajeto de sempre

consentiu com tua alma estranha a mudar o percurso

"o hábito é um demônio surdo, entretanto posso ouvi-lo"

Dando consequência aos passos

quebrou a esquina posterior ao desconhecido sem fitar rostos anônimos

Quantas aberrações e por todos visto como uma

Sois a virtude envolta nos braços da grande mãe

a mesma que se desmancha em gargalhadas esdrúxulas

promovendo na sala o mais fétido dos aromas

Desejou uma nova morte a voltar aquele lugar

Os primeiros sinais da noite adornavam o céu, ele, estático

David Ribeiro
Enviado por David Ribeiro em 27/09/2012
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