AVES DA MADRUGADA

A horas mortas me levanto

Em meio a tanta escuridão

Da madrugada não me espanto

Nem me assusta a solidão

Respiro fundo e me preparo

Com outra roupa eu me visto

Abro a janela e me deparo

Com algo novo, nunca visto

Em frente à lua que declina,

Que está brilhante e tão calada,

Cruzam as aves da colina

E lá se vão em debandada

Aqui ao lado, sobre o muro

Está piando uma coruja

Como ainda está escuro,

Não posso ver a dita cuja

À minha mesa eu me sento

Para abarcar algum estudo

Ao tal piar, que é um lamento,

Deste pássaro tão sisudo

É possível que a coruja

Esteja algo a dizer

Então não quero que ela fuja

Até que eu possa entender

Mas entender a predição

Será tarefa de adivinhos

Não tenho tanta percepção

E muito menos os vizinhos

A lua some lá no céu

Fica a coruja e seu refrão

Eu medito no agouro seu

E não alcanço a conclusão

Por fim a ave da qual falo

Bate as asas assustada

Pois agora canta o galo

Que é o rei da madrugada

Falei de aves bem espertas

Nestes versos que você leu

E estas horas são as certas

Para ler um poema meu

Egon Werner
Enviado por Egon Werner em 26/09/2012
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