A beira de um rio...
O sol veio entre os ramos
Avançou sobre o meu rosto,
Suspirei o ar livre, a gosto
Sonhei contigo, nos beijamos...
O orvalho foi-se lacrimando,
Ó saudosa pétala flor do ipê,
Vós fizestes-me sentir você
Na alma que esta pulsando!
Se lembrares a beira do rio
Da nudez deste riso pobre,
Não manches a mente nobre,
Nem atormenteis o bafo frio
Do pulmão das horas vagas,
Em que foges a esperança,
E em vós minha lembrança
Fere-vos, vagando. Não saras...
Se me deres por perdido
As margens deste Piranhas,
Estou a flutuar as entranhas
De quem não ouviu um pedido.
15 de setembro de 2012