INVISÍVEL SONHADOR
Na calçada gélida, repousa o sonho perdido
As costas sujas de tanto dormir sozinho
Olhos vermelhos do choro das três e meia
Lembrando triste os dias, da ribanceira
Carros que passam rapidamente
Gente e fumaça embaçam o dia
Oculta aquilo que era rotina
A luz solar que nem mais se via
De pé, caminha arrastando-se
Esbarra em corpos limitados
Torpes, egoístas
Todos cheios dum vão enfado
Ele, invisível desprezado
Troca sonhos por comida
Seca as lágrimas na roupa
Se senta, a pensar na vida.