BARCO À ESMO

Esses remos não me obedecem mais

Sigo a esmo, conformado,

E em paz.

Sou uma bussola sem ponteiros.

Desafio comprovações científicas

Olhando para o céu

Rabiscando versos sem sentido

No único pedaço de papel.

E se ninguém me ouve,

Irei proclamar meus versos

Na proa do barco, em meio ao mar deserto.

Ninguém julgará minhas lágrimas.

Faço do balanço das águas

O embalo de sono

-como o de criança.

Permito-me a entrada da inocência.

Não sei onde as ondas me levarão

Se não sei o destino,

Não tenho pressa para chegar

Faço da embarcação meu lar.

Diisilva
Enviado por Diisilva em 13/09/2012
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