O frio chegou

Quando o frio chegou,

Aquele frio que gela não só os corpos,

Mas também os pensamentos,

E como não se bastasse o frio,

A chuva também veio.

Pingos gelados caíam em tudo

Que se expunha a ela ou

Tentava fugir dela.

E aquele campo imenso aberto,

Com terras cujo fim eu não via,

A chuva molhava o gramado,

Junto com o frio torturante.

Estava quase amanhecendo,

Mas a escuridão continuava,

No qual o nevoeiro rondava

E dali não saía.

Eu andava ou quase rastejava,

Iluminado por uma escuridão

Que só se via depois do nevoeiro,

Que não tinha mais fim.

Havia ali uma cerca,

Muito simples e sofisticada pelo lugar,

Era de arame do qual cada pontinha,

Daqueles espinhos, caiam pequenas gotas,

Simples gota de uma chuva que marcava,

Não só o início do inverno,

Mas o início das recordações,

Recordações de um tempo que passou.

Mas a chuva ainda continuava,

Molhava as folhas verdes e vivas

Enquanto o frio as cortava.

No mais longe olhar uma velha casa,

Uma casa não muito simples,

Suas janelas já velhas,

Algumas até batiam com o vento.

A porta era imensa e bem usada,

Parecia abandonada,

Uma porteira a sua frente, quase caindo,

Os tijolos aparecendo,

Era mesmo uma verdadeira ruína,

Pois é nestas ruínas que a chuva predominava,

Num soprar frio de um vento morto,

E o nevoeiro sempre a rodar,

E é nesta casa que fiquei,

Porque em outro lugar sem você

Tornaria-se vazio.

Domingos Richieri
Enviado por Domingos Richieri em 11/09/2012
Código do texto: T3876450
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